O acesso ao Parque das Águas é livre, mas condicionado ao cumprimento de regras, tais como:
+Informações:
Contactos:
Como chegar:
Horários:
Verão – Abril a Setembro
Segunda a domingo – 9h00 às 19h00
Inverno – Outubro a Março
Segunda a domingo - 10h00 às 18h00
Aviso: O Parque das Águas pode ser encerrado devido a condições meteorológicas adversas.
Warning: Parque das Águas may be closed due to adverse weather conditions.
PARQUE DAS ÁGUAS
O Parque das Águas, situado na vertente norte da margem do Douro, ocupa uma parte significativa das atuais instalações operacionais da Sede da Águas do Porto, E.M., na Rua Barão de Nova Sintra, 285 e pertence a um conjunto urbano de maior escala que, no concelho do Porto, se denomina Parque Patrimonial das Águas, conglomerando todas as instalações e redes de valor patrimonial. Como museu do território, montra de edificado e não edificado, de construído e de espaço verde, em comunhão com o restante acervo arquivístico e museológico, faz parte da Global Network of Water Museums Network, rede de museus da UNESCO.
Espaço de lazer e recreio, que respeita as regras sanitárias e proporciona segurança e conforto, numa perspectiva de qualidade e excelência, é sobretudo um sítio congregador de história, cultura e biodiversidade relevante na cidade do Porto, importante pelas suas qualidades de valor patrimonial desde o museológico e arqueológico, ao vegetal e animal. Na atualidade, a sua área verde, múltipla em espécies vegetais singulares corresponde a metade do antigo Bosque e Mata da Quinta de Vilar das Oliveiras.
Em 2018, após obras de qualificação paisagística e arquitetónica, foi novamente devolvido ao circuito de parques urbanos portuenses, contando com um património rico em espécies vegetais, animais e em objetos/edifícios de valor arqueológico. Como complemento no campo do equipamento, conta com o apoio de alguns pavilhões de conceção arquitetónica contemporânea constituindo-se num conjunto exemplar e singular no panorama dos espaços públicos da cidade. No âmbito do processo de valorização do património da Águas do Porto, esta área verde (68 500 m2) da cidade viu qualificada a sua mancha arbórea, criando espaços propícios ao retorno de algumas espécies animais e reabilitando os percursos e as obras de arte urbana e arte pública. Esta vertente museológica confere-lhe uma qualificação patrimonial singular sublinhando a sua função didática e pedagógica na esfera da história geral da cidade, em particular dos seus equipamentos e infra-estruturas básicas, essenciais, desde há cem anos, para a construção da imagem do Porto, como a cidade da água, por excelência.
As sucessivas ações de manutenção e valorização, tentam recuperar a imagem do parque perdida desde a década de 1940. Por outro lado, está a ser alvo de um cuidado especial de valorização tanto na vertente cultural como de lazer, dando lugar a um espaço de tranquilidade e comunhão com a Natureza. Sendo um espaço patrimonial nas vertentes assinaladas, é também um espaço de história portuense, pois, a partir do seu acervo edificado é possível falar da história dos espaços de onde foram transladadas e abordar cerca de 400 anos de passado da cidade e da região. Do seu espólio também fazem parte esculturas e edifícios de arquitetura contemporânea, marcas distintivas de uma estratégia consonante com a missão da empresa mais voltada com a sustentabilidade e a relação com a comunidade, a cidade e o território.
Para uma melhor orientação do visitante deste parque, num espaço que se encontra distribuído em várias áreas (jardim, bosque e mata) sugerem-se os seguintes percursos que, desejamos poder convidar os visitantes a percorrer e a disfrutar na sua plenitude.
Rua do Roseiral
Caminho Norte do parque onde se situam os jardins, a estufa, a “casa de Alice” e os núcleos museológicos. A presença do património edificado em comunhão com as várias espécies vegetais e animais é uma constante deste percurso entre os jardins e a clareira do parque.
Rua das Fontes
Caminho nascente-poente, axial e estruturante do parque a partir do qual se diverge e converge para um conjunto patrimonial formado essencialmente por fontes, arcas e chafarizes retiradas do espaço público portuense e por núcleos de árvores centenárias de grande porte.
Rua do Rio
Caminho Sul, limite com vistas privilegiadas sobre o território e a paisagem, o Rio Douro e as suas margens, o Vale de Campanhã e as Serras do Porto. A perspetiva sobre o parque sublinha valores patrimoniais, criando uma identidade impressiva na face oriental do Porto.
De alto valor histórico e patrimonial, a propriedade e o edifício de arquitetura burguesa e apalaçada constituída no século XIX, pertencente à família de Robert Reid, em 1922, foi comprada pela firma Almeida & Miranda, joalheiros portuenses da Rua de Cedofeita que nela realizaram um conjunto de melhoramentos considerável. renovando o interior do palacete e cuidando da Mata e da Quinta.
Entre 1922 e 1927 a quinta foi alvo de várias propostas de compra das quais se destaca, pelos avultados meios que a essa operação estavam alocados e na transformação da paisagem que iria operar, a que envolveu o Futebol Clube do Porto, que aí tencionava instalar o seu campo de treinos de diferentes modalidades desportivas e a sua nova sede). Este negócio saiu gorado e, finalmente, em 1927, a Quinta foi expropriada, desta feita sem negociações e com grande contestação por parte dos proprietários, por quatrocentos contos, pela Câmara [de gestão militar pós golpe do 28 de Maio de 1926] do Porto com o propósito de servir de sede aos recém criados Serviços Municipalizados de Água e Saneamento [1 de Abril de 1927].
A “Quinta” foi alvo de um plano global de intervenção que pressupunha a construção de um vasto parque de reservatórios de água do qual apenas se concretizou uma escassa primeira fase consumada em 1929 com a construção do Reservatório e da Central elevatória e com a remodelação e ampliação do antigo palacete [1934-1940/1961-1963]. Dessa enorme mancha verde que ainda se pode visionar nas fotografias de 1928 que retratam a construção do 1º reservatório, apenas sobrou cerca de cinquenta por cento, sensivelmente a mesma área ocupada hoje num terreno que, entre 1928 e 1940 foi adquirindo parcelas contíguas e vendo o nascimento de uma plataforma logística que se viria a revelar central, polarizadora e eficaz na gestão de instalações e redes de abastecimento de água e saneamento.
Objecto de sucessivas adaptações entre o ciclone de 1941 – que abateu um número considerável de árvores e destruiu muitos caminhos que perduravam desde a original ocupação deste terreno (casa burguesa edificada no século XIX rodeada de uma frondosa e diversificada massa arbórea, maioritariamente autóctone), viu a sua massa arbórea modificada em várias épocas do século XX, sendo a que decorre do referido ciclone a mais importante pois, em 1953, transformou radicalmente a fisionomia do parque introduzindo um conjunto de espécies exóticas.
Desde 1928, coincidindo com o reforço da distribuição e abastecimento de água ao domicílio do Grande Porto (1934), foram recolhidas da via pública arcas de água, fontes e chafarizes e colocadas nos terrenos da parcela sul, entre o edifício-mãe e os limites confrontantes com a linha de Caminho de Ferro e o Cemitério do Prado do Repouso, formando um conjunto único e singular, patrimonial. Após uma tímida primeira abertura à cidade na década de 1940, foi em 1987, coincidindo com as comemorações do centenário de abastecimento de água à cidade (1886) que “Nova Sintra” passou a integrar o roteiro de parques e jardins portuense.
Saiba mais sobre o Parque Patrimonial das Águas da rede de museus da UNESCO aqui