22/03/2024

É mais um mínimo histórico, mais um passo no combate ao desperdício de água: em 2023, o Porto registou um índice de Água Não faturada de 13,28%, menos de metade do valor médio nacional, que ronda os 27,1%. A cidade posiciona-se, assim entre as entidades nacionais que menos desperdiçam água potável.

Esta marca comprova um melhor desempenho a nível local e nacional, face a anos anteriores, da Águas e Energia do Porto, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

O recorde histórico demonstra o elevado esforço na gestão eficiente do sistema de abastecimento. Caraterizada por condutas centenárias, propensas a maior número de anomalias e perdas de água, a rede está inserida numa malha urbana densa que impõe ritmos de intervenção distintos.

Nas palavras do vice-presidente da Câmara, Filipe Araújo, o esforço contínuo de combate ao desperdício de água na rede pública resulta numa “deteção proativa de anomalias na rede e na aplicação de medidas preventivas que são fatores cruciais para a gestão e redução dos níveis de água não faturada, numa cidade tão dinâmica como é o Porto”.

A monitorização, em tempo real, da rede de água pública, as plataformas de análise, a inteligência artificial e machine learning têm-se revelado mecanismos fundamentais para o auxílio das equipas especializadas de “sondadores” da empresa municipal.

Mais de nove quilómetros de condutas substituidas

Também o investimento na reabilitação de troços urgentes tem sido uma prioridade. A implementação da estratégia inovadora na rede de distribuição de água tem-se destacado pelo sucesso operacional e tático com a redução de perdas de água, bem como, a redução do número de falhas no fornecimento de água ao cliente.

Em 2023, a Águas e Energia do Porto substituiu mais de nove quilómetros de troços de condutas prioritárias consolidando a estratégia de intervenção na rede, que será duplicada este ano. O reforço de segurança e a resiliência do sistema de abastecimento assegura a prestação de um serviço de qualidade.

Alinhado com a estratégia municipal de gestão sustentável de recursos naturais, o Programa de Gestão e Redução de Água Não Faturada tem garantido a tendência decrescente de perdas na rede, ao evitar o desperdício diário de milhares de metros cúbicos de água.

O papel ativo do cliente também representa um contributo relevante. A comunicação mensal da leitura do contador de água permite um controlo mais rigoroso do consumo, atenuando as alterações na faturação. Paralelamente, o reporte de anomalias verificadas na via pública garante a eficiência hídrica da rede de abastecimento e a sustentabilidade do sistema.

“Estes indicadores colocam o Porto no restrito núcleo de municípios cuja qualidade de serviço é considerada ‘excelente’”, sublinha Filipe Araújo. Apesar disso, garante o também vereador do Ambiente e Transição Climática, “vamos continuar a trabalhar com o objetivo muito claro de gerir cada vez melhor este recurso tão essencial que é a água, já que, cada vez mais, estaremos sujeitos a fenómenos extremos, como por exemplo a seca”.

O vice-presidente da Câmara acredita que “através de várias ações, muitas delas reunidas no Pacto do Porto para o Clima, estamos a construir uma cidade mais sustentável e adaptada às alterações climáticas".

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